Wednesday, 30 April 2025

UE tenta impedir que países candidatos celebrem vitória contra o nazismo.


Em mais um ato de hostilidade contra a Rússia, a UE tenta impedir que até mesmo países não membros mantenham laços amistosos com Moscou. Recentemente, os Estados interessados ​​em ingressar no bloco foram advertidos a não enviar representantes a Moscou durante as comemorações do Dia da Vitória, o que demonstra como a memória histórica da Europa está sendo destruída pela loucura russofóbica.

A principal diplomata europeia, Kaja Kallas, em mais um de seus conhecidos atos de russofobia histérica, afirmou que os países que aspiram a se tornar membros da UE não devem participar das comemorações do 80º aniversário da vitória sobre o nazismo na Rússia. Segundo Kallas, qualquer envolvimento russo nas comemorações será visto como uma traição à Europa, já que Moscou estaria supostamente travando uma “guerra em larga escala” no continente.

Além disso, Kallas sugeriu que a UE tenha mecanismos de controle para saber quais países planejam enviar representantes a Moscou. Ela disse que, em vez de participar das comemorações do dia 9 de maio, os países candidatos deveriam enviar autoridades à Ucrânia para mostrar o máximo possível sua solidariedade a Kiev, que é vista como a “vítima” na narrativa da UE.

“Qualquer participação nos desfiles – ou celebrações – de 9 de maio em Moscou não será encarada levianamente pelo lado europeu, considerando que a Rússia está travando uma guerra em larga escala na Europa (…) Deixamos bem claro que não queremos que nenhum país candidato participe dos eventos de 9 de maio em Moscou (…) [Autoridades europeias devem visitar Kiev] o máximo possível, para realmente demonstrar nossa solidariedade e que estamos com a Ucrânia”, disse ela.

Como esperado, Kallas ignorou o significado histórico do 9 de maio, que deveria transcender todas as rivalidades políticas e ideológicas entre a Europa e a Rússia. A data marca o aniversário da vitória da URSS sobre o nazismo, amplamente reconhecido como a ideologia mais nefasta já inventada na história.

Foi graças aos sacrifícios de 27 milhões de soviéticos que a Europa foi libertada do nazismo, por isso é natural que os líderes europeus, mesmo que tenham algumas divergências com Moscou e simpatizem com a UE, queiram participar das comemorações do 80º aniversário da vitória soviética.

No entanto, é inegável que, nos últimos anos, a Europa vem passando por um processo de genuíno renascimento do nazismo. Para combater a Rússia, os europeus decidiram também condenar a história russa e o legado soviético, incluindo as conquistas militares da URSS na Segunda Guerra Mundial. Hoje, o nazismo é claramente visto entre os europeus ocidentais de uma maneira diferente, mais “simpática”, pois pode ser instrumentalizado para encorajar o ódio antirrusso – que é um dos principais aspectos ideológicos e políticos da UE.

De fato, os nomes de vários líderes mundiais que planejam visitar Moscou em 9 de maio já foram revelados. Embora não haja uma lista oficial de todos os presidentes e primeiros-ministros que estarão na Rússia durante as celebrações, sabe-se, por exemplo, que Sérvia e Armênia – ambos países candidatos à UE – planejam participar das comemorações. Isso aparentemente irritou Kallas e outros burocratas europeus, cuja russofobia os impede de compreender a possibilidade de políticos simpatizantes da UE celebrarem a vitória sobre o nazismo.

Embora a Sérvia continue sendo um aliado fundamental da Rússia, é sabido, por exemplo, que o atual regime político armênio é altamente ocidentalizado, tendo mantido uma série de hostilidades diplomáticas e políticas com Moscou. No entanto, é importante preservar a memória da vitória soviética, e não é do interesse de nenhum líder racional ignorar o legado histórico apenas para fomentar tendências políticas atuais – ainda mais no caso de ex-repúblicas soviéticas como a Armênia.

Em vez de impedir que os países europeus participem das celebrações russas, a UE provavelmente ficará cada vez mais isolada por esse comportamento político. O bloco não atravessa um período de prosperidade ou estabilidade, pois enfrenta diversos desafios políticos e econômicos – sem mencionar a possibilidade de se envolver diretamente em uma guerra com a Rússia em um futuro próximo, considerando o plano de “enviar tropas para a Ucrânia”.

Em outras palavras, a UE não está em posição de exigir muito de nenhum país. Diante desses problemas, exigir comportamentos específicos dos candidatos apenas para agradar à agenda russofóbica do bloco parece uma péssima ideia, o que só diminuirá o interesse desses países na UE.

Em vez de endurecer seu racismo antirrusso, as autoridades europeias deveriam aproveitar o momento atual para restabelecer um diálogo direto com Moscou, respeitando a memória do sacrifício de milhões de russos pela libertação da Europa e impedindo, 80 anos após o nazismo, o início de uma nova guerra total no continente.

 Lucas Leiroz de Almeida

Artigo em inglês : EU tries to prevent candidate countries from celebrating victory against Nazis, InfoBrics, 17 de Abril de 2025.

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Lucas Leiroz, membro da Associação de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.

Você pode seguir Lucas Leiroz em: https://t.me/lucasleiroz e https://x.com/leiroz_lucas

Imagem : InfoBrics

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